
Na verdade ela já esperava por aquilo. Ela já sabia que ia acontecer. Ela foi avisada por sua mãe. Sua mãe sempre deixou claro, que os homens são todos iguais. Todos uns merdas. E ela já tinha passado por tudo aquilo antes. É bem verdade que ela jurou que não passaria por aquilo de novo. Que ia perceber os sinais, que ia ser mais esperta. Agora essa idéia parece ter sido mais um desejo que uma afirmação. O fato é que aconteceu de novo, do jeito que sua mão, amargurada, disse que ia ser... E ela já tinha esquecido da sensação. Abandono e rejeição. Desamparo. Não se pode dizer que é um sentimento novo, mas, Deus, como dói. Sua mãe lhe avisou. disse que isso acontece todos os dias. A diferença é sempre a forma pela qualvocê é afetada pelos fatos. Mais ou menos assim... uma irritação na área genital, um recado no celular, uma ligação na madrugada, um flagra, uma marca de baton na gola da camisa, um perfume barato, comentários dos vizinhos... e derrepente uma couve-flor na boceta... "quem invade minha casa, infecta e mancha tudo que é meu"... ver ele na cama com outra... Ela não devia nem estar ali... Por tudo isso ela esperou. Ela já sabia. Por um tempo ela fingiu não saber. Mas ela sempre soube. Não foi a primeira vez, infelizmente, provavelmente, não será a última. Disse sua mãe em sua cabeça. O que dói mesmo é a forma como ela lida com o fato. Ela sentia nojo, porque ele deu sua toalha pra vagabunda se enxugar, depois do banho pós-coitum. Ela sentia asco, náusea. Ela queria queimar a toalha, ela se sentiu suja. Ninguém entendia o que ela passava. Porque era ela que estava lidando com o fato. Sua toalha, maculada... Ele não tinha esse direito...
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