quinta-feira, 13 de agosto de 2009


"O papel está hoje com uma abominável falta de imaginação.
Continua apenas, olhando-me:
vazio, mais quadrado do que nunca."

-Mário Quintana

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Carta aos Reitores das Universidades Européias


"Carta aos Reitores das Universidades Européias"


Senhores Reitores,

Na estreita cisterna que os Srs. chamam de "Pensamento", os raios espirituais apodrecem como palha.

Chega de jogos da linguagem, de artifícios da sintaxe, de prestidigitações com fórmulas, agora é preciso encontrar a grande Lei do coração, a Lei que não seja uma lei, uma prisão, mas um guia para o Espírito perdido no seu próprio labirinto. Além daquilo que a ciência jamais conseguirá alcançar, lá onde os feixes da razão se partem contra as nuvens, existe esse labirinto, núcleo central para o qual convergem todas as forças do ser, as nervuras últimas do Espírito. Nesse dédalo de muralhas móveis e sempre removidas, fora de todas as formas conhecidas do pensamento, nosso Espírito se agita, espreitando seus movimentos mais secretos e espontâneos, aqueles com um caráter de revelação, essa ária vinda de longe, caída do céu.

Mas a raça dos profetas extinguiu-se. A Europa cristaliza-se, mumifica-se lentamente sob as ataduras das suas fronteiras, das suas fábricas, os seus tribunais, das suas universidades. O Espírito congelado racha entre lâminas minerais que se estreitam ao seu redor. A culpa é dos vossos sistemas embolorados, vossa lógica de 2 mais 2 fazem 4; a culpa é vossa, Reitores presos no laço dos silogismos. Os Srs. fabricam engenheiros, magistrados, médicos aos quais escapam os verdadeiros mistérios do corpo, as leis cósmicas do ser, falsos sábios, cegos para o além-terra, filósofos com a pretensão de reconstituir o Espírito. O menor ato de criação espontânea é um mundo mais complexo e revelador que qualquer metafísica.

Deixem-nos pois, os Senhores nada mais são que usurpadores. Com que direito pretendem canalizar a inteligência, dar diplomas ao Espírito?

Os Senhores nada sabem do Espírito, ignoram suas ramificações mais ocultas e essenciais, essas pegadas fósseis tão próximas das nossas próprias origens, rastros que às vezes conseguimos reconstituir sobre as mais obscuras jazidas dos nossos cérebros.

Em nome da vossa própria lógica, voz dizemos: a vida fede, Senhores. Olhem para seus rostos, considerem seus produtos. Pelo crivo dos vossos diplomas passa uma juventude abatida, perdida. Os Senhores são a chaga do mundo e tanto melhor para o mundo, mas que ele se acredite um pouco menos à frente da humanidade."


Artaud

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Terry Pratchett e a morte assistida


O escritor Terry Pratchett se juntou à discussão sobre a legalização do direito de morte na Inglaterra. O criador da série Discworld foi diagnosticado como portador do Mal de Alzheimer em 2007 e desde então tem lutado contra os efeitos da doença.
Pratchett declarou em uma matéria no jornal Daily Mail que tem pensado muito na morte. Seu desejo é morrer numa cadeira em seu próprio jardim com um copo de brandy na mão e Thomas Tallis no iPod. A cena, segundo o escritor, aconteceria logo após um médico administrar-lhe uma injeção de substância letal.
A morte assistida é ilegal na Inglaterra, o que tem levado muitos britânicos a viajar para a Suíça, onde a lei permite, dentro de certas condições, que pacientes de doenças terminais encerrem suas vidas com ajuda médica. Pratchett defende a criação de tribunais específicos para determinar se os pacientes terminais que solicitam a morte assistida estão agindo voluntariamente.
O apoio do escritor foi divulgado logo após uma paciente de esclerose múltipla obter uma sentença que força o governo britânico a esclarecer quando casos envolvendo o direito de morrer serão objeto de processo. A paciente quer ter certeza de que seu marido não será processado por acompanhá-la à Suiça, onde ela pretende morrer na clínica Dignitas.
texto usupardo do omelete e a foto da hermione toda melindrosa tomando umas... quase não tem nada a ver uma coisa com a outra...