quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Bazzo safado


16 MANDAMENTOS DA MULHER

I. Nunca demonstre ser uma "expert" em questões sexuais. O machismo ontológico e a imaturidade masculina prefere iludir-se de que você é uma mulherzinha ingênua que será iniciada por ele;


II. Nunca relate a seu companheiro as experiências tidas com outros homens, a não ser que seja para afirmar que com ele o gozo é mil vezes mais intenso e mais encantador;


III. Se for possível, faça-o ter certeza de que seu pau é mais saudável, mais grande e mais excitante que qualquer outro;


IV. Simule em alguns momentos, estar apaixonado por seu aparelho genital, incluindo os testículos e seu licor seminal. Esqueça a critica do que isso seria uma relação peniscentrista;


V. Ao chupar seu pau, faça-o sempre de olhos fechados, com uma das mãos segurando a base de seu cacete e a outra em seu peito, imitando os gatos quando mamam;


VI. Muito cuidado com a região anal dele. Como qualquer outra parte do corpo, pode ser erótica ou inibidora. Normalmente os homens não gostam que lhe toquem o anus, simplesmente por não gostarem ou por um temor neurótico de tornar-se homossexuais;


VII. Tome a iniciativa de levar a mão dele à sua buceta. Ensine-o a tocar o clitóris, os grandes lábios e a brincar na entradinha dela, deixando sua mão sobre a dele e participando das carícias. Não esqueça que 99% dos homens nunca viu uma xoxota e que não tem a mínima idéia de como ela funciona;


VIII. De quando em quando, beije-lhe as mãos e faça com que ele beije as tuas, pois o cheiro sexual impregnado nelas é um dos mais secretos excitantes;


IX. Fique sempre em contato com o pau dele: com as mãos, a boca, uma perna, ou com o corpo... um pau no "ar" pode amolecer;


X. Não prolongue muito o momento da penetração. O mito de que uma boa trepada deve ser demorada, está superado. Uma trepada muito demorada pode ser tão incomoda como uma breve demais. Deixe teu corpo e o dele decidir sobre isso;


XI. Choramingue, fale, resmungue durante o ato e durante o gozo. Grite, solte a tensão que costuma acumular-se em teus maxilares. Não importa que os vizinhos ouçam teu prazer, o que pode acontecer é que eles também fiquem excitados e partam para a deles;


XII. A obrigação de gozar junto é outro mito bobo, beato e criador de problemas. Você não é responsável pelo gozo do outro, preocupe-se e ocupe-se apenas do teu. O teu desencadeará o dele e vice-versa;


XIII. É importante aprender a gozar também com o gozo do outro. Nem todo o prazer e nem toda realização está no orgasmo, na ejaculação ou no "fim". Muitas vezes "não-gozar" pode ser algo mobilizador de uma alegria e de um grande poder criador.


XIV. Depois do gozo, não durma e não deixe teu companheiro dormir. Dormir é um costume decadente e depressivo. Desfrute com ele do êxtase e da frouxidão que toma conta do organismo inteiro depois do orgasmo, mas no máximo por alguns minutos;

XV. Lave bem os genitais com água fria e saia imediatamente para a rua, para o teatro, para qualquer lugar, e observe nesse passeio como teu "estado-de-gozo" desperta a atenção e o interesse de todo mundo;


XVI. Só repita o amor quanto teu corpo der o sinal. Jamais force teu organismo para uma relação ou para uma excitação. Deixe isso para aquelas que não sabem o que é o gozo e por isso necessitam repetir o ato compulsivamente até encontrá-lo. Caso não concordes com isso, então burle as regras da "natureza" mas esteja preparada, bem preparada, para enfrentar as conseqüências
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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

limões e pessoas


"Na real, eu evito pensar em vc pra não sentir saudades..."


Eu já tive momentos de dor extremos, não vamos, aqui, ficar discutindo quem sofreu mais, certo? Eu acho que todo mundo tem essa capacidade de sofrer, não saberia qualificar, mas já sofri muito... Somatizei, senti dor física, perdi o controle do corpo, da respiração... Vomitei, me bati e o caralho... mas é fato que sofro muito até hoje, e acho que em alguns aspectos isso foi muito bom pra mim... ao retornar de um estado depressivo, sempre trouxe alguma coisa comigo... lixo psiquico? mergulhar em um mar de agua turva, gelado... e quase sempre com um nivel acentuado de poluição... Percebe-se que eu sinto vergonha? me escondo atras de aparencias... falsas? todas as aparencias parecem tão frageis pra vc também? mas foi uma vida tentando enganar, usando da parca inteligencia uma ferramenta pra mascarar e dissimular... como posso negar esse eu? durante muito tempo não escolhi com quem me relacionar? e quem diria que seriam o ultimo contato com esse mundo em que se fazia necessária a necessidade de se fazer entender... como é dificil para mim... por isso escolhi esse tipinho de gente pra me relacionar... gente sensivel ao ponto de dormir em mesa de bar... gente que mija na calça... gente que gosta de bater e gente que gosta de apanhar... gente que grita, dança e chora... não são todos iguais... nem todo mundo entende a necessidade do alcolatra... não é tão obvio quanto parece, né? ou é? esses dias eu tive que enteragir com um "ex-gay" que namorava uma pessoa que parecia um travesti, e talvez fosse um travesti... eu ofereci um drink... ela disse que não gostava de vodka nem de limão... a vodka foi um porre na adolescencia e o suco de limão lhe causou queimaduras de segundo grau na infancia, ela e um primo se queimaram... diante da minha dúvida besta em relação ao genero da criatura humana, divaguei com essas informações e pensei se deu a bunda depois de um porre de vodka ou deu pro primo chupando limão... entrei num looping mental... um belo par de silicones e respondia pela alcunha de Jenifer, segundo meus preconceitos nome de traveco... enquanto tentava assimilar a tensão sexual que eu nem sabia se devia sentir, chegou o namorado e "ex-gay" engrossando pro meu lado... eu não queria estar ali... eu ofereci um drink e ele aceitou e fui embora... gente interessantissima... só gente tentando enganar... é disso que eu estou falando, e disso que tento escapar...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Fantasmas




Esse sonho foi especialmente estranho e pestubador... Ele acordou com o velho gosto de coisa morta em sua boca... Era a ressaca... há tempos não tomava vinho, e se lembrara agora do porquê... mas pior que o mal estar fisico foi a sensação de desamparo que sentiu, quando acordou achando que sua falecida mãe o acordara... por um momento ele achou que era ela chamando... por um momento ele achou que estava atrasado para o colégio... mas ela estava morta... e ele estava vivo... e naquela manhã sentindo nauseas, ele também sentiu vontade de chorar... por tudo que não foi dito, e por tudo que não pode mais ser dito... ele queria esquecer logo desse sonho, como a maioria dos sonhos que vagarosamente vão desaparecendo da memória enquanto escova-se os dentes e se faz um café...
Mas nesse momento ele percebeu que esse já não era um desses sonhos, e sentiu vontade de chorar de novo... ele queria ser forte... ele achou que estava sendo forte quando não chorou no velório, e achou que tinha sido forte quando segurou o choro e sentiu um aperto na garganta enquanto cobriam o caixão de terra... mas agora ele não se sentia nem um pouco forte... ele se sentia miserável... ele sentia os efeitos de uma noite de bebedeira e sentia as consequencias de uma vida de equívocos...
Foi pego de surpresa, não costumava sonhar com a mãe... em certa época da vida sonhava até com um pai que nunca conheceu... mas foi pego de surpresa... não foi um sonho de imagens, foi mais uma sensação, uma presença... desamparo...
E se lembrou que era assim que ele se sentiu por quase toda uma vida...







quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Sr. Murilo Seabra...


Trecho de um texto do meu grande amigo Murilo Seabra... parece que foi escrito pra mim...


Ah, como estou me sentindo mal... Que vontade de morrer... De desaparecer... Só não me mato porque tenho medo da dor... Sim, medo... Ah, sou um covarde... Você me acha magro? Acha mesmo? Não sou muito feio? Ah, como dói ser feio... Você não imagina, não imagina... Que culpa tenho eu de não ser bonito? Que culpa tenho eu de estar um pouco abaixo da beleza mediana? No entanto, pago muito caro... Se é pior do que ser pobre, negro ou homossexual, não sei... Porém, é ruim, muito ruim... A palavra ‘muito’ nem chega lá... É preciso repeti-la, muito ruim, muito ruim, muito, muito, ah, não é o bastante, muito, muito, muito, muito ruim, nunca será o bastante. Desgostar do próprio corpo... Ah, é terrível... É ser pisoteado diariamente... É ser pisoteado diariamente por si mesmo! Tem que existir vida após a morte! Tem que existir! E não quero que minha alma tenha a minha aparência... Ah, não... Se a minha alma for só uma versão transparente do meu corpo, vou preferir que não exista vida após a morte... Vou querer morrer para sempre, para sempre... Vou querer morrer definitivamente. Ah, tudo por causa da minha feiúra... Que não é das piores... Não, ela não é das piores... Tudo porque estou levemente abaixo da média... Levemente? Ah, não! Levemente?! Não, não existe leveza em se tratando de beleza, muito menos em se tratando de feiúra... Ah, quero deixar de existir. Para sempre. Por que logo eu? Um pouco abaixo... Só que parece muito... Sinto-me no fundo do abismo... Ninguém olha para mim... No fundo, no fundo...
Bom, você até que tem razão... Sim, estou magro... Mas já fui gordo, bem gordo... Não dá nem para acreditar... Eu tinha até peito... Sem falar na barriga... Ah, você não sabe, acho que você não sabe, mas ter uma barriga grande é uma coisa e ter peitos grandes é outra coisa... É completamente diferente. Um homem com uma barriga grande é só um homem com uma barriga grande. Já um homem com peitos grandes não é só um homem com peitos grandes. É um homem com um corpo meio afeminado... Sim, há conseqüências, há conseqüências... É claro que a barriga grande não passa desapercebida... Mas ela não coloca em questão a sexualidade. A barriga não é um pinto, não é uma vagina, não é um peito, não é uma bunda. É só uma barriga. É possível brincar com um homem barrigudo perguntando quando o bebê dele vai nascer. Mas com um homem peitudo? É impossível não brincar com ele... Fica-se muito mais afeminado quando se tem peitos grandes do que quando se tem uma barriga grande. Aliás, um homem com a barriga grande não é tão incomum. E a barriga também não é tão erotizada quanto o peito ou a bunda... Ter uma barriga grande não é algo que arranca o homem impiedosamente da categoria masculina para jogá-lo na categoria feminina. Ah, nem a bunda grande é um signo tão inconfundível de que se está diante de uma mulher quanto o peito! Um homem pode ter uma bunda grande... Mas ter peitos grandes? Ah, peitos grandes... Ele não pode andar pelas ruas com peitos grandes e esperar continuar a ser reconhecido como um homem... E esperar continuar a ser reconhecido como um simples homem! Ele já não é mais um simples homem! Não, não é mais... Porque não é ele quem decide. Não, não é ele. Ter dez, quinze, vinte quilos a mais faz muita diferença... Ah, ter peitos um pouco maiores do que a média... Um pouco já é muito. É muito. Um homem com peitos grandes? Não é a mesma coisa, não é a mesma coisa... Mesmo que ele não seja homossexual, mesmo que ele se sinta atraído só por mulheres, mesmo que do ponto de vista subjetivo ele só tenha pensamentos, sentimentos e desejos heterossexuais, do ponto de vista físico, objetivo, seu corpo, por conta da sua aparência feminina, acabará, no mínimo, abrindo espaço para brincadeiras... E não só para brincadeiras verbais... Também para brincadeiras táteis... Sim, as piadas e as mãos encontrarão caminho até ele! As piadas e as mãos! (...)


Valeu Murilo, Saudades...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Amigo nas Farmácias...



"Os sonhos murcham feito maracujá velho"



Quando eu vim morar na Ilha Grande

Meu prédio era o only one da rua

Mas uns moleques já brincavam de trocarPastilhas coloridas

Nossos campos de pelada de repente sumindo

E as mesadas diminuindo

Nossos pais na pressão

Desemprego em massa

A vizinhança gravando direto

E a marcação cerrada

Dos prestativos

Mas nem sempre gentis homens da lei


Amigos nas farmácias

E quando a erva faltava

Qualquer droga era boa


As verdes valem dez

As amarelas oito

As brancas valem cinco

Mas se dá bem quem tem azul(quem azul tem tudo)


Os ratos engordando dia-a-dia

Com os nossos sonhos podres

E a gente inventando regras

Para sobreviver na Ilha Grande

Pois o continente parecia muito longe

E talvez não houvesse lugar para nós

No mundo livre


Amigos nas farmácias

E quando a erva faltava

Qualquer droga era boa

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

PAI


É uma história de esperança, muito triste, com um final muito triste, mas não se engane, é uma história de esperança. Durante muito tempo Ela só queria ter um pai, desde de uma época que Ela mal lembrava. Foi envelhecendo e foi querendo outras coisas, mas no fundo toda sua vida foi tentando preencher esse vazio. Na adolescência, finalmente, depois de incontáveis discussões com sua mãe descobriu quem era seu pai, descobriu que ele era muito rico, um fazendeiro criador de gado, e por um breve instante Ela achou que iria ter um pai e que aquilo ia fazer dEla, finalmente, uma pessoa feliz, como ela achava que todo mundo devia ser, e que ela merecia por ser uma pessoa tão boa e sofrida. Porque mesmo antes dEla nascer a mãe se tornara uma pessoa amargurada, por ter sido abandonada com uma criança indesejada, e os anos pioraram a situação, pelos constantes pensamentos de morte, fantasias de uma vida diferente em que ela pudesse esquecer, com a criança era impossível esquecer. O breve instante de esperança acabou quando ela foi a procura do pai que só A reconheceu depois de um exame de DNA, reconheceu perante a lei, e A amaldiçoou, disse que Ela só conseguiria o que queria depois que ele morresse. Ela era inteligente em muitos sentidos, mas demorou a entender o que acontecia, pois Ela só queria um pai. Ela não entendia todo aquele ódio do pai que não deixou ela dizer o quanto ela o esperou e o amou mesmo sem te-lo conhecido.
Quando voltou pra casa teve que encarar a mãe, e pela primeira vez Ela pôde entender a tristeza daquela mulher, que não falou nada, só olhou pra filha com um olhar profundamente triste.e ela compartilhou a tristeza da mãe de uma forma completamente nova. E pela primeira vez, Ela entendeu que foi fruto de um acaso do destino que uniu sentimentos inferiores, como ódio, rancor e amargura. Ela pensou que tipo de fruto poderia nascer desse encontro, desse acidente. E tristes os dias se seguiram, e depois de uma vida esperando um pai, ela só pôde esperar o que ele podia lhe dar, então ela começou a desejar a sua morte. Primeiro ela se sentia culpada, e chorava e tinha muita raiva, mas depois ela racionalizou seus sentimentos e só queria que ele morresse. Ela nunca confessou isso a ninguém, pois tinha um pouco de orgulho, mas fantasiava uma reconciliação no leito de morte, e acordada sonhava em cuidar de seu pai em seus últimos dias. Pensamentos tristes de uma forma bonita e quase singela... mas na maior parte do tempo ela queria que ele só morresse.
Um pouco depois dessa época começou seu interesse por rapazes, e ela enchia seus pretendentes de afeto, ela cuidava deles, e despejava todo aquele amor que ela guardara para o pai... ela dava tudo que eles queriam, era só pedir. Depois de ser repetidamente dispensada por todos os homens que se envolveu, ela percebia que seu comportamento sufocava e espantava os homens. Pensou em se tornar uma pessoa amarga como sua mãe, mas achou que ainda era jovem. Por um tempo culpava a mãe por sua condição, achava que toda aquela negatividade de alguma forma destruíra suas vidas, e a mãe deixava claro que a responsável por essa negatividade era Ela.
Um dia Ela acordou se sentindo mal. Um pensamento recorrente surgiu com muita intensidade. Ela sabia que toda aquela negatividade e aquele rancor não lhe fariam bem. Ela se sentiu mal e foi ao banheiro e sua calcinha estava empapada de sangue. Havia algo errado dentro dela. E Ela pensou que poderia ter sido tudo diferente. Mas não foi. Ela foi em um médico que falou o que ela já sentira. Mesmo tendo toda um vida se sentindo como lixo, agora ela sabia que o ódio e o rancor estava destruindo-a de verdade. Então tudo aconteceu muito rápido. Ela escreveu uma carta pedindo perdão ao pai que Ela nunca teve. Perdão por não ter dado o amor que Ela sabia que ele merecia, perdão por ter perdido tempo com sentimentos mesquinhos e pediu perdão por sua mãe também, e justificou dizendo que era culpa dela. Ela escreveu uma carta que nunca foi enviada e nunca foi lida por ninguém.
No hospital recomendaram fé... há tempos Ela tinha procurado alivio pela fé, mas não deu certo, quando pequena ela adorava ir na igreja católica, ela gostava de ouvir a palavra pai, e condizia com suas fantasias, depois foi na igreja evangélica, foi em centro de camdomblé e gostou dos tambores,buscou no santo daime e ficou muito doida... Finalmente a dor chegou e Ela só encontrava alivio na morfina.
Só sua mãe ficou do seu lado... e ela pensou que alguma coisa boa tinha vindo disso tudo. Um irmão entregou papeizinhos provavelmente orações que Ela não teve forças pra ler, e disse que Deus era amor, Ela pensou que Deus era ironia e sorriu... ninguém iria mais saber o motivo de seus sorrisos, agora pouco importava. Ela se sentia estremamente tranquila pois sabia que todos seus sentimentos negativos iam acabar em pouco tempo, e se sentia bem por não ver aquela amargura no olhar de sua mãe... Ela gostava daquela tristeza que sua mãe setia naquele momento, Ela começou achar que era efeito da morfina e achou que era um momento apropriado para perdoar seu pai... e perdoou... fez uma oração em sua cabeça que o perdoava por ter sido um grande filha da puta e sentia pena dele, pois se ele fosse um pouco menos desgraçado Ela daria todo o amor que uma filhinha poderia dar a um papai... tudo isso acontecia enquanto o médico mandava aumentar a dose de morfina no soro e dizia pra sua mãe que chegara a hora... seu último pensamento foi pra que sua mãe não chorasse pois ela estava muito bem....