segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ainda assim, eu me levanto




Você pode me riscar da história
Com mentiras lançadas ao ar
Pode me jogar contra o chão de terra
Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar

Minha presença o incomoda?
Por que meu brilho o intimida?
Porque eu caminho como quem possui poços de petróleo
Bombeando na minha sala de estar

Assim como Luas e Sóis,
com a certeza das marés
Como a esperança emergindo da desgraça,
assim vou me levantar

Você não queria me ver quebrada?
Cabeça baixa e olhos para o chão?
Ombros caídos como as lágrimas,
Enfraquecido pela minha alma que chora?

Meu orgulho o ofende?
Tenho certeza que sim
Porque eu rio como quem possui
ouro enterrado no jardim

Você pode me atingir com suas palavras
Você pode me dilacerar com seus olhos
Você pode até me matar com seu ódio
Ainda assim, como o ar, eu vou me levantar

Minha sensualidade o ofende?
Será que ela te surpreende?
Como se quando eu dançasse
quardasse diamantes onde minhas coxas se encontram?

Da favela, da humilhação causada pela cor
Eu me levanto
De um passado enraizado pela dor
Eu me levanto
Sou um oceano negro, profundo na fé
Crescendo e espandindo-se, como maré

Deixando pra trás noites de terror e atrocidades
Eu me levanto
Em direção a um novo dia de intensa claridade
Eu me levanto
Trazendo comigo o dom dos meus antepassados,
Eu sou o sonho e a esperança do homem escravizado
Eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto

Dr. Maya Angelou











quinta-feira, 10 de junho de 2010

xico sá


vai escrever bem assim na puta que o pariu... um texto muito bonito do xico sá...

VOU ME ENTORPERCER BEBENDO VINHO, VELHO WANDER

Tava aqui batucando o “Jornal da Morte”, um romance à queima-roupa, meio jornalismo lítero-qualquer-coisa, literatura de oportunidade, pulp-fiction de verdade, cujo título é do samba-sangue-sangue-sangue cantado por Roberto Silva & Nação Zumbi... Tava aqui batucando e eis que acabou o combustível, frio da porra, desci para comprar vinhos argentinos, media noche, a R$ 10, 12, 13, 14,90 se muito, e vinhos ótimos, a menos que você seja um escroto que cheira a rolha, um escroto feito o Renato Machado...
Mas ao descer do prédio-vilazinha aqui da Fernando de Albuquerque quase cá Augusta...
Sempre um perigo nos ronda.
O perigo da hora não é o PCC, nem a escrota da polícia...
A da vez parece a de 2.046, Os Segredos do Amor de Wong Kar-wai, aliás... parece mais aquela dos vestidos do alfaiate mãos-de-tesouras estilosas, platonismo seda javanesa da porra, do curta que encaixado em “Eros”, sabe?
Uma puta quase à minha janela com os vestidos mais lindos do universo. Sim, duas ou três coisas me interessam: pés-sujos, álcool e estilo.
Sempre trato mui bem minha vizinhança, oi, como vai, que tal, que passa, buenas noche, conheço as putas, pago cerveja para alguns ladrões, do jogo, bem sabes.
Mas aquela mulher, com aquele vestido...
Voltei com o meu carregamento novo de vinho, ela estava ainda mais linda, a mais linda da cidade, como pode?, o Iboti quase às moscas, ela pisando a fria passarela da existência...
Aqui em casa, ela fez o Fashion-Week de verdade, Fashion-Week de cu é rola, estilo é outra coisa, estilo é Hemingway e amor gostoso e delicado e para siempre, o amor de muito, o amor que te espera com a elegância das calçadas!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

capítulo 35


um trechinho do sensacional Guia do Mochileiro das Galaxias do Douglas Adams...

Naquela noite, quando a nave Coração de Ouro já estava a alguns anos-luz da nebulosa de cavalo, Zaphod descansava debaixo da palmerinha da ponte de comando, tentando consertar o cérebro com doses maciças de Dinamite Pangalática; Ford e Trillian discutiam num canto sobre a vida e questões correlatas; e Arthur, deitado na cama, folheava O Guia do Mochileiro das Galáxias. "Como ia ter que viver na tal da Galáxia, o jeito era aprender alguma coisa sobre ela", pensou.
Encontrou o seguinte verbete:

"A história de todas as grandes civilizações galáticas tende a atravessar três fases distintas e identificáveis - as da sobrevivencia, da interrogação e da sofisticação, também conhecidas como as fases do como, do por que e do onde. Por exemplo, a primeira fase é caracterizada pela pergunta: Como vamos comer? A segunda, pela pergunta: Por que comemos? E a terceira, pela pergunta? Aonde vamos almoçar?"
Neste momento o interfone da nave soou.
- Ô terráqueo! Está com fome, garoto? - Era a voz de Zaphod.
- É seria legal comer alguma coisa - disse Arthur.
- Então se segure - disseZaphod - que a gente vai dar uma paradinha no Restaurante Do Fim do Universo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

dia cinza


Mas lembre-se que só as coisas imortais importam... Os dias cinzas pareciam não terminar,
longos demais, longos dias cinzas.
A única certeza á a fraqueza... As únicas certezas são as fraquezas...
Eu só queria escutar as coisas mais lindas, e ser a última imagem que seus olhos viram antes de
dormir. Queria dizer as coisas cantando, as coisas que te fizessem sorrir.
Queria o silêncio preenchendo nossos espaços e nos esquentando e nos confortando. Queria sentir novamente a mudança que você provocou dentro de mim cada vez que te olhava, e isso bastava...
Renascer a cada manhã e morrer toda noite... voltar a morrer olhando pra você.
Mas agora só restou a espera do despertar... Que nunca chega...
Só outro dia cinza... Sem forças para cambiar...
Não se pode esconder o Sol para sempre...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

números da democracia


Apenas 13% dos brasileiros freqüentam cinema pelo menos uma vez por ano;
92% nunca entraram num museu;
93,4% jamais frequentaram uma exposição de arte;
78% nunca assistiram a um espetáculo de dança, embora 28,8% saiam para dançar regularmente;
90% dos municípios brasileiros não possuem pelo menos um desses equipamentos: salas de cinema, teatro, museu ou espaços culturais multiuso;
600 municípios brasileiros não possuem qualquer tipo de biblioteca (405 deles ficam no Nordeste e apenas 2 no Sudeste);
1,8 livro per capita/ano é a média de leitura do brasileiro (contra 2,4 na Colômbia e 7 na França);
25 reais é o preço médio do livro de leitura corrente no país;
56,7% da população ocupada na área de cultura não têm carteira assinada.

Os números acima são do IBGE...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Os donos da mídia no Brasil - utilidade pública


Hoje recebi um e-mail bastante situador no que diz respeito a quem são os donos do quarto poder no Brasil - como forma de utilidade pública, repasso abaixo. Estão divididos em 4 grupos que se entrelaçam entre eles. Eis nossos responsáveis invisíveis:

Grupo 1
O primeiro grupo – os “cabeças-de-rede” – são as famílias que controlam as redes de nacionais de comunicação, de TVs, rádios, e jornais de circulação nacional:
• Organizações Globo – família Marinho
• Rede Record – Igreja Universal - Edir Macedo
• Sistema Bandeirantes de Comunicação – família Saad
• Sistema Brasileiro de Televisão–SBT – Silvio Santos
• Grupo O Estado de São Paulo (Estadão)– família Mesquita
• Grupo Folha de São Paulo – família Frias
• Grupo Abril – família Civita (responsável por 70% do mercado de revistas do país, incuindo a Veja).

É importante ressaltar que alguns desses grupos possuem também portais na internet e agências de notícias (ex. UOL, da folha, globo.com, agência Estado, agência globo).

GRUPO 2
O segundo grupo de “donos da mídia” é composto por grupos nacionais e regionais com presença econômica expressiva e alguns fortes grupos regionais. Entre estes grupos estão:

● o Grupo RBS da família Sirostski no RS
● as Organizações Jaime Câmara em Goiás e Tocantins
● o Jornal do Brasil, no DF
● a Gazeta Mercantil, em SP

GRUPO 3
O terceiro grupo é composto por grupos regionais de afiliados às redes nacionais de TV. Neste grupo estão presentes as oligarquias regionais que, obviamente, controlam tanto o poder econômico, quanto o político.
Outra questão importante a ressaltar é que, embora vinculados às redes nacionais de TV, esses grupo locais controlam todo o sistema de comunicação regional por meio de inúmeras rádios e jornais. Exemplos em alguns estados:

● Ceará - família Jereissati (do Senador Tasso Jereissati - PSDB)
● Rio Grande do Norte - família Maia (do Senador Jose Agripino Maia - DEM) e
família Alves (do Senador Garibaldi Alves Filho - PMDB)
● Bahia - família Magalhães (do deputado ACM Neto - DEM)
● Maranhão - família Sarney (do Senador José Sarney - PMDB)
● Alagoas - família Collor (do Senador Fernando Collor de Mello - PRTB)
● Sergipe - família Franco (do SenadorAlbano Franco - PSDB)
● Pará - família Pires (do Deputado Vic Pires - DEM)

GRUPO 4
O quarto grupo é composto por pequenos grupos regionais de TV, rádio e jornais ou ainda por veículos de pequena participação no mercado de mídia, mas que muitas vezes são apêndices de fortes grupos que atuam em outros ramos da economia.
Um bom exemplo dessa situação é a TV Brasília, que durante um bom tempo foi propriedade do Grupo Paulo Octávio. Ou seja, os pequenos grupos de mídia estão também, em sua maioria, sob controle do poder local.
É por isso que nos municípios do interior do país, o dono da rádio local é também o chefe político municipal.


Nossos fabricantes de verdades, muito prazer...

post originalmente publicado pelo excelente Dr. Estranho... http://doktorestranho.blogspot.com/

sexta-feira, 16 de abril de 2010