sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Donnie


"- Meu padrasto tem problemas emocionais...
- Legal, eu também tenho. Qual o problema dele?
- Esfaqueou minha mãe no peito..."

"Eu sou problemático e confuso. Eu tenho muito medo, mas acho que você é o anti-cristo!"

"Eu prometo que um dia tudo será bom pra você!"
assistam Donnie Darko, por favor...

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Eu sou o...

linda ilustração de Daniel Martin Diaz

Eu sou o...
Eu sou aquele que não deve nada além de ódio pros norte-americanos.
Eu sou aquela que limpou sua casa e não recebeu o salário em dia.
Eu sou aquela que agradeceu por você não bater mais no marido preso.
Eu sou aquele que entrega sua correspondência, você pega e nem olha nos meus olhos.
Eu sou aquela empregada que limpa o vidro pela terceira vez e ainda não está bom.
Eu sou aquele proletário que você paga quando acha que deve.
Eu sou aquele culpado por sobreviver ao massacre.
Eu sou aquele desinformado, abandonado.
Eu sou aquele descendente de algum rei angolano.
Eu sou aquele julgado, condenado e amargurado.
Eu sou aquele que tem antecedentes criminais no sangue.
Eu sou a cabeça encostada no vidro do ônibus, cansada e triste.
Eu sou o imigrante humilhado.
Eu sou um homem extraordinário, mas tentado por algo melhor que salário.
Eu sou aquele que queria a revolução.
Eu sou aquele que acredita em algo, depois da morte.
Eu sou aquele que chorou no enterro de mais um amigo.
Eu sou aquela que voltou sozinha, viúva e amargurada do hospital das clínicas.
Eu sou aquela que não dorme pelo filho.
Eu sou aquele que não dorme pela mãe.
Eu sou aquele que não vive, sobrevive.
Eu sou alguém em algum lugar, querendo algo.
Eu sou aquele que não tem e quer ter, mas sei que não terei.
Eu sou aquele que proporciona o terror.
Eu sou a voz mãe.
Eu sou o ouvido meu filho.
Eu sou todos.
Eu sou mais um sem direitos, só deveres.
Eu sou aquele que segura o fuzil.
Eu sou aquele que mata o menino que segura o fuzil.
Eu sou aquele que paga a droga e mantém a guerra.
Eu sou aquele que prega a guerra sem fim.
Eu sou aquele que canta a guerra sem fim.
Eu sou aquela que carrega baldes com água, e nota o sol, mas nem lembra mais da chuva.
Eu sou alguém no canto da casa, brincando com uma panela vazia.
Eu sou alguém no hospital enrolando a língua.
Eu sou mais um número na estatística.
Eu sou aquele que não compra o carro em promoção na televisão.
Eu sou aquele que divide um quarto com mais quatro.
Eu sou aquele que tem uma 12 de cano serrado.
Eu sou aquele que vai rezar mais uma missa de sétimo dia.
Eu sou aquele que continua de barriga vazia.
Eu sou aquela que usa farinha e bicarbonato.
Eu sou aquele que nunca voltou com o malote.
Eu sou aquela que reza pra não ter mais uma rebelião.
Eu sou aquela que sonha com uma casa com árvores e talvez uma piscina.
Eu sou aquele que faz o sangue espirrar no rosto da milionária.
Eu sou aquele que bota fogo no carro importado por ódio.
Eu sou aquele que só olha e sonha.
Eu sou aquele que mata o estuprador.
Eu sou aquele que você viu no Cidade Alerta.
Eu sou aquela que realiza suas preguiças no escritório.
Eu sou aquela que dá alimento pro filho e fica sem.
Eu sou alguém que um dia teve um sonho melhor.
Eu sou alguém que um dia teve um sonho.
Eu sou alguém que um dia queria ter um sonho.
Eu sou alguém que já acreditou na justiça.
Eu sou aquele que não quer a paz.
Eu sou aquele que não quer continuar na fome com a paz.
Eu sou aquele que a vida vale menos que 1 real.
Eu sou aquele que fumou seu relógio.
Eu sou aquele que descarrega na cabeça do irmão de favela sem dó.
Eu sou aquele que queria passar por uma formatura.
Eu sou aquele com roupa de motoboy estirado na avenida.
Eu sou aquele que faz a leitura da sua água e não ganha nem um café.
Eu sou aquele que agora tem um coração de gelo.
Eu sou aquele que ri do alarme da mansão.
Eu sou aquele que vigia a mansão.
Eu sou aquele que atua na hora do crime.
Eu sou aquele bom aluno que tá trocando tiro com a rota.
Eu sou aquele que foi o primeiro da classe, mas agora é último em esperança.
Eu sou aquela que pensou que o Brasil fosse boa coisa.
Eu sou aquele que cansou de esperar pelo Papai Noel.
Eu sou aquele que passa o dia inteiro jogando baralho sem perspectivas.
Eu sou aquela que espera o meu amor voltar do bar.
Eu sou a resistência em cada ponto deste país.
Eu sou alguém que um dia vai atirar na pessoa certa.
Eu sou alguém que jogou aquele ovo.
Eu sou alguém que não jogaria só ovos.
Eu sou aquele que vai pro show prestigiar o artista metido e insensível.
Eu sou aquele que reclama da televisão mas prestigia o mesmo canal todo domingo.
Eu sou aquele que algum dia vai acordar e ficar raivoso.
Eu sou aquele que algum dia vai dormir e ficar calmo.
Eu sou aquele que não agüenta mais essa porra toda.
Eu sou aquele que um dia vai paralisar este país.
Eu sou aquele que sozinho não vale nada.
Eu sou aquele que sozinho já sou o perigo.
Eu sou aquele que ensina seu filho e não ganha bem, não sabendo se limpa as mãos do pó do giz ou do sangue da exclusão social.
Eu sou aquele que passou por ti na calçada, que você olhou com pena, mas logo pensou em teus problemas que são maiores que minha fome.
Eu sou o povo.

mais uma tijolada do ferréz

O hóspede

Mais uma preciosidade do meu honorável amigo Renato Hideki Tateishi de Moraes...

A pequena odisséia de gabriel começa quando uma flor adoentada lhe pede socorro. Ele sabe o que deve fazer, mas tem consciência de que o caminho será difícil. A expressão das flores, como gabriel as pode perceber, é de preocupação e admiração por sua corajosa atitude,
não se preocupe, florzinha, eu vou te ajudar.
O cão, de orelhas caídas, é o conselheiro a quem nosso herói sempre recorre quando lhe aparecem aventuras como esta que narramos. Sempre lhe ocorre ser o cão um sábio. Mais que um sábio, um sábio exclusivo, visto que ninguém aqui, tirados da conta, é claro, gabriel e o próprio cão, conhece sua enigmática língua. O que o conselheiro acaba de dizer é que não vale a pena se arriscar desta vez, mas o aconselhado, acenando para as nuvens no céu, não o escuta.
Se, por um instante, nos preocuparmos com nosso guerreiro, não será senão por não sabermos que tudo isto aqui pertence a ele. Saibamos do fato, portanto. Também o sabem as fadas, que sempre seguem gabriel em rodopios, e por isso nunca temem por ele (mas quanto a si mesmas hão de estar sempre atentas, vez que são mensageiras e como tal nem sempre portam a verdade mais verdadeira, sem redundâncias, causando incômodos em alguns).
Face a face com o grande inimigo, num flashback ele finalmente escuta seu conselheiro,
não vale a pena se arriscar desta vez. Pari passu, as fadas já espalham a notícia que ninguém queria ouvir. Então as flores choram em silêncio, em especial aquela que está doente, esta não só pela perda daquele que é seu dono e protetor, mas também por culpa. Embora visivelmente triste, não podemos deixar de imaginar que o cão sente algum orgulho, como se, supondo-se ter sido sua qualidade de sábio posta à prova, gritasse em sua língua,
ganhei!
Há no mundo de gabriel um ser que todos desconhecem, que é um anjo com nome de mulher. Ninguém, nem mesmo nosso führer inofensivo, sabe que a manutenção de tudo isso aqui que são as coisas e as aventuras depende muito mais do querubim que de seu dono.
O besouro, grande inimigo, se vê encurralado no jogo de perguntas e respostas que, como já deveria saber, é especialidade de gabriel. O inseto se retira, tendo em si não só a humilhação óbvia mas também uma certa iluminação pelo bom coração do rei, que poderia muito bem tê-lo esmagado. Então o vencedor faz das mãos conchas e colhe da água do riozinho. Quando se vira para vislumbrar o caminho de volta tudo o que consegue ver são as fadas que, embora soubessem sempre que tudo acabaria exatamente assim, o cobrem de beijos e areias que cintilam. O principal papel dessas fadas cínicas nesse mundo é cuidar bem da imagem de seu dono.
Sua chegada é como um alento para todos aqueles que até então se achavam em desesperançosa situação. O sábio conselheiro vem aos pulos lamber a perna do imperador e late,
que milagre! Compenetrado, gabriel se põe sobre seus joelhos, à frente da flor adoentada e sobre ela, abrindo as mãos, deixa cair a água do rio. Ele sabe porque as flores sorriem.
Quando começa a escurecer, uma voz anuncia o jantar. Gabriel se retira para o palácio, não sem antes se despedir de todos, o cão, as fadas, as flores e até o besouro; se despede porque, quem sabe?, amanhã tudo aquilo pode não ser mais seu.
Enquanto nosso herói dorme, o anjo que mantém todo esse mundo vai embora para não voltar nunca mais. Seu rosto mal consegue esconder com um sorriso meio tímido a tristeza que lhe invade. Isso porque passou inúmeros bons momentos aqui. Ele diz,
gabriel, amanhã isso tudo não será mais seu, amanhã isso tudo não será mais eu. O anjo errante agora procura um novo mundo para se hospedar.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

matrix


* Acorde, Neo.
*Matrix has you.
*You are my personal Jesus Christ.
*Meu nome é Trinity.
*Você dorme mal e passa a vida na frente de um computador.
*Você quer saber o que é Matrix. É a pergunta que nos impele.
*Eu quero saber. O que é Matrix?
*Você escolhe: a pontualidade ou a demissão?
*Você escolhe: o andaime ou as escadas?
*Você escolhe: a pílula azul ou a vermelha?
*Você escolhe: saber ou não saber?
*Você escolhe: a sua vida ou a dele?
*É preciso estar pronto para ver.
*A única coisa que te ofereço é a verdade.
*O tempo está sempre contra nós.
*Um dos agentes: - O futuro é o nosso tempo.
*- Estou morto? – Você nunca esteve tão longe disso!!
*O destino não carece de senso de ironia.
*Respire!
*Ninguém pode te mostrar. Você tem que ver por si mesmo.
*Meus olhos doem.
*Você não está acostumado a ver.
*A técnica não é a sua fraqueza.
*Be honest.
*Não pense que sabe. Saiba!
*Não tente bater. Bata!
*Matrix são todos e ninguém.
*Você não vai escapar das balas. Você não vai precisar escapar das balas.
*O “Judas” Reagan: - Ignorance is bliss.
*Você não pode dobrar a colher porque não existe colher!
*Conheça a si mesmo.
*Ele é o mais rápido de todos.
*Eu sou, porque acredito.
*O Oráculo disse o que você precisava ouvir.
*Você não pode estar morto porque eu te amo.
*Eu libertei o mundo da Matrix. Entrego-lhes um mundo livre, sem controles, onde tudo é possível. Agora a escolha é sua.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Midnite em Brasilia

Bela ilustração do meu parceiro Daniel Pingu... http://www.danielbarroca.deviantart.com/

Midnite em Brasília - 21/09/2008

Midnite em Brasília.
21 de Setembro de 2008
Local: Arena F.C. – 18:00 Hs


Atrações:


- Midnite (Ilhas Virgens).

Vinda de St. Croix, Midnite é uma das promessas mais arrepiantes do reggae raiz do milênio. As letras profundas e inovadoras do Midnite são sinceras e enraizadas profundamente para apresentar a outra metade da história. Suas gravações são repletas de mensagens, dignas de horas de reflexão. A voz eletrica do vocalista principal Vaughn Benjamin, parece um apanhado de muitas vozes grandes no reggae. O estilo lírico e potente de Vaughn e o baixo marcante do seu irmão Ron, dão forma ao núcleo do MIDNITE.- Dj. Kaion.


NOVAS ATRAÇÕES A CONFIRMAR.

Pontos de Venda:- Keep Healthy 207 Sul - Over Street – Conic - Bar Raízes 110 Norte - Pizza Dom Bosco (306 Norte/ Sudoeste/ CNB 1 Taguatinga)


Antecipados:R$ 25,00 os 500 primeiros ingressos. + Infos? (61) 8407-0032 / 8485-2518

Um Domingo Qualquer


Talvez a minha filha preferida da série como era verde meu pé de choise!!!!!!!!!
Domingo. Ela acordou bem cedo, levantou foi até a cozinha e preparou um café sem açucar (meu marido só gosta de café amargo), voltou pro quarto e tentou acordar o marido pra irem a missa, ele não acordou, resmungou e virou (tudo bem, trabalhou a semana toda, está cansado), ela se arrumou botou um vestido azul (preciso de umas roupas novas) passou no quarto do filho e o viu dormindo, foi pra cozinha tomou um copo de café amargo com umas bolachinhas de manteiga e saiu de casa, foi pra missa, foi andando pra igreja, era perto de casa (nossa hoje vai fazer um dia lindo), em alguns minutos já estava sentada na igreja, cantou as músicas com coro, adorava cantar, na juventude cantava bastante, juventude, antes de se casar, antes de ser mãe, antes de Ter sua família e suas responsabilidades. O sermão do padre foi sobre caridade, falou sobre doação, a situação do mundo atual, de egoísmo, a atual sociedade pós moderna de exacerbado consumo e as conseqüências desse exagerado individualismo visto nesses tempos de internet (lindo esse sermão, esse padre fala bem mesmo)(precisamos comprar um computador pro júnior). Cantou mais, e a missa acabou, conversou com algumas pessoas na saída da igreja e foi pra feira pra comprar algumas coisas pro almoço de mais tarde (que vontade de almoçar um peixe), foi andando devagar ainda era cedo (dia bonito), chegou na feira, foi comprar umas verduras (nossa como as coisas estão caras)(queria um vestido novo), depois passou na barraca de peixes (lindos esses peixes), desistiu e decidiu que ia fazer frango pro almoço (meu marido prefere frango), ia fazer uma galinhada. Voltou pra casa, abriu a porta, silencio, percebeu que todos estavam dormindo (que sono é esse). Foi no seu quarto chamou o marido e nada, abriu a porta do quarto do filho e ele também estava dormindo, ligou o rádio, estava tocando um pagode (nossa como eu gostava de um pagodinho desses)(gostava?), foi pra cozinha e começou a preparar a galinhada, cortou os legumes, cortou o frango (até que um peixe ia cair bem hoje). Decidiu acordar o marido, ia mandar ele levantar, sair e comprar umas cervejas(ele adora uma geladinha), foi no quarto, acendeu a luz, chamou nada, ele só resmungou e virou, ela o sacudiu, nada (que estranho), um pequeno desespero e ela gritou, nada, decidiu acordar o filho, pedir ajuda, foi no quarto dele chamou, sacudiu, gritou, nada também (meu deus do céu, o que tá acontecendo?), foi pra sala sentou no sofá e chorou (meu deus do céu, o que tá acontecendo?), continuou chorando por uns minutos (bonita esse pagodinho que tá tocando agora) enxugou as lágrimas foi pro quarto e gritou “voce não vai acordar não? Então vou sair de casa, tá?”, comentário que não teve efeito algum, ela virou apagou a luz do quarto (meu deus do céu, o que tá acontecendo?) e foi embora, pegou a bolsa e saiu confusa saiu andando pelas ruas num dia de domingo ensolarado, andou, seus pensamentos eram confusos ela não sabia o que estava acontecendo (meu deus do céu, o que tá acontecendo?), pensou em pedir ajuda (vou lá na casa da minha irmã), decidiu ir pra casa da irmã, perguntar o que deveria fazer. No caminho da casa da irmã passou na frente de um boteco onde tinha um grupo de amigos que pareciam ter saido de uma pelada e estavam tocando um pagode ali mesmo, resolveu entrar (que loucura) sentou no balcão e pediu uma cerveja bem gelada (que calor), tomou meio copo de uma vez só (nossa, que delicia), ficou sentada um tempo , ouvindo o pagode (até que eles tocam direitinho)(nossa, como eu gosto de um pagodinho), o balconista, que era dono do bar começou a puxar conversa, perguntou se ela morava por ali, disse que nunca tinha a visto, falou que era duro trabalhar Domingo, que queria mesmo ficar com a família, que tava guardando dinheiro e que em mais alguns anos venderia o boteco e voltava pro nordeste(muito simpático esse moço), perguntou se ela queria mas alguma coisa, ela disse que o papo estava bom e pediu mais uma cerveja (nossa, é a terceira) e uma porção de bolinho de bacalhau (adoro bolinho de bacalhau), continuou conversando com aquele senhor baixinho e barrigudo (bonito esse moço), depois fechou os olhos e ficou só ouvindo a música o dono do bar que já estava bebendo também estava se divertindo, e disse que gostava daquele samba do Zeca, e cantarolou um versinho (nossa adoro essa musica), ela disse que adorava também, um dos rapazes que estava tocando ouviu o comentário e comecou a tocar (descobri que te amo demais, descobri sem querer a vida, verdade), daqui a pouco ela e o dono do boteco estavam naquela rodinha de samba, dançando com o copo de cerveja, durante horas, cantando, sorrindo (adoro pagode), já era tarde os rapazinhos que estavam tocando foram embora se despediram dela, deram beijos, abraços, mandaram ela voltar na próxima semana, ela sorriu (muito simpáticos esse meninos, e tocam bem), agora era só ela e o dono do bar (simpático e bonito esse moço), ele perguntou se ela estava com fome ela respondeu que não (gordinho mas charmoso), que estava cansada, que bebera demais e ia voltar pra casa, ela disse que ia deixar ele voltar pra família, ele disse que por isso não, que a companhia dela era muito agradável e que tinha siso um dia fantástico, ele nem tinha encarado como um dia de trabalho. Ele pegou na mão dela (bonita essa mão, grande, de macho), ela sorriu, ele olhou nos olhos dela, ela desviou o olhar, ele beijou a boca dela (meu deus que gostoso), ela sorriu, passou a mão no rosto dele (barba fechada), levantou, pegou a bolsa e saiu em direção à porta, ele perguntou se ela ia voltar (tomara amor), ela disse que não, que tinha responsabilidades, que tinha família (meu deus! estão dormindo), que tinha que ir embora. Se lembrara do marido, do filho, apressou o passo, não pensou nada, preocupação, já estava escuro. Entrou em casa o marido estava na sala, bravejou, o filho correu, perguntou onde a mãe tinha se metido, gritaria, ela sorriu (amanhã vou comprar um vestido novo), perguntaram o motivo do sorriso, disseram que estavam com fome, ela não disse nada (gostoso aquele bolinho de bacalhau)(acho que estou meio bêbada), foi pro quarto tirou a roupa botou a camisola e deitou (adoro pagode), dormiu um sono profundo, dormiu como não dormira há anos, já estava dormindo quando o filho e o marido, ainda indignados, entraram no quarto e sem resultado tentaram acordá-la para pedir explicações...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

30 dicas para escrever bem




30 Dicas para escrever bem

1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.

2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita Demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.

3. Anule aliterações altamente abusivas.

4. não esqueça as maiúsculas no inicio das frases.

5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.

6. O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.

8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??...então valeu!

9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda.

10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.

11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai ficar uma Palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".

13. Frases incompletas podem causar

14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formasdiferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.
15. Seja mais ou menos específico.

16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

17. A voz passiva deve ser evitada.

18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase Poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação

19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.

21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.

22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"

23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!!

25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a Compreensão da idéia nelas contida e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.

26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.

27. Seja incisivo e coerente, ou não.

28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar Deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira irritante.

29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, carajo! ..nada de mandar esse trem...vixi..entendeu bichinho?

30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá aguentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.

menino preto 2


II

Nas primeiras horas do dia, o menino preto andava por uma estrada... o clima seco e a poeira deixavam sua garganta seca... atrás dele um ser que quase lembrava o que já foi... agora era um monte de ossos que se equilibravam e um par de tristes olhos... o menino preto sentia os primeiros raios de sol esquentarem seu rosto... a manhã que nascia trazia um sentimento de recomeço e esperança... ao olhar para os olhos da vaquinha enxergou algo além da tristeza, pôde sentir carinho, cumplicidade, afeto e saudade, gratidão, doação e amor... e o menino preto sorriu mesmo sabendo o que tinha ser feito...
Ele sabia o que tinha que ser feito... e estava fazendo... estava acontecendo... ainda era tempo de voltar atrás, mas era uma questão de sobrevivência, ou de libertação...
Naquela estrada vazia, o menino preto começou a cruzar com toda sorte de pessoas, o sol se apresentava forte e o dia que nascia se mostrava quente e seco... essas pessoas, assim como o menino preto, estavam querendo fazer negócios. Alguns queriam vender, outros queriam comprar, alguns queriam dar, e outros não estavam querendo nada, mas se sentiam tão sós e estavam ali, naquela estrada, procurando encontrar alguém... aquilo era um mercado, uma feira...As pessoas já faziam negócios, mas ninguém parecia se interessar pela vaquinha... o grande numero de pessoas que circulava na estrada fazia com que aquela poeira vermelha subisse dando um aspecto de sonho e o menino preto estava achando aquilo tão animado e belo... na beira da estrada ele sentou, e a vaquinha ficou do lado dele como se compartilhassem aquele momento. Se distraia vendo essas pessoas passando. As pessoas são realmente interessantes. Esses seriam os últimos momentos do menino preto com sua vaca que lha acompanhou pela maior parte de sua vida. O menino estava distraído, e se assustou com a voz estridente de uma velha feia de orelhas estranhamente enormes, que o chamava...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Menino preto


I

O menino preto sabia o que tinha que fazer. O sol ainda não nascera e ele já estava de pé. O menino preto estava triste, tenso, inconformado. Mas ele sabia o que tinha de ser feito. Não conseguiu dormir nessa noite. Angustia. É bem verdade que ele não dorme direito há dias, mas essa última noite talvez tenha sido a mais longa... Passou um café, tomou, amargo. Pegou a corda e foi lá pra fora. Chamou a vaquinha. Ela ia ser vendida, e o menino preto não se conformava. Mas ele sabia o que tinha que ser feito. Ela que estava ali desde o tempo que já sumiu da memória. Ela lhe deu muito leite, deu tudo, deu sua carne... e agora ela não tinha mais nada pra dar... nem parecia mais uma vaca, era algo que se equilibrava, algo que quase não lembrava o que já foi... e ela olhava pro menino preto, um olhar triste, parecia que ia começar a chorar em qualquer momento, mas ela nunca chora... Agora a vaquinha seria vendida. Ainda estava escuro quando o menino preto passou a corda no pescoço magro da vaquinha... e foi puxando.. por uma estrada triste... Andou aproximadamente uma hora e os primeiros raios de sol começaram a esquentar seu rosto... e ele pensava se aquela vaca que era só osso e tristeza teria consciência do que ia acontecer... se talvez ela visse aquilo como uma forma de libertação, ou condenação... se ela teria saudades ou sentiria alivio... ele sabia o que tinha que fazer, mas não sabia o que deveria estar sentindo em relação a tudo isso... o dia nascendo, naquela estrada, puxando algo que quase lembrava uma vaca, ele se sentia triste por saber o que tinha que ser feito...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Gibi do Gondry








Michel Gondry é um dos meus diretores favoritos... sensível e criativo... Além de muitos dos video clipes mais fodas de todos os tempos, Bjork, Chemical Brothers, Rolling Stones, Daft Punk, White Stripes... dirigiu o lindo Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, depois fez a Ciência do Sono e em breve lançara o seu Be Kind Rewind... ele é foda, queria ser amigo dele... e agora ele ataca na minha midia favorita... confere aí... que doidão...




quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Transitoriedade

Certa vez, uma pequena onda do oceano percebeu que ela não era igual às outras ondas e disse:
"Como sofro! Sou pequena, e vejo tantas ondas maiores e poderosas do que eu! Sou na verdade desprezível e feia, sem força e inútil..."
Mas outra onda do oceano lhe disse:
"Tu sofres porque não percebes a transitoriedade das formas, e não enxergas tua natureza original. Anseias egoísticamente por aquilo que não és, e mergulhas em auto-piedade!"
"Mas," replicou a pequena onda,"se não sou realmente uma pequena onda, o que sou?"
"Ser onda é temporário e relativo. Não és onda, és água!"
"Água? E o que é água?"
"Usar palavras para descrevê-la não vai levar-te à compreensão. Contemples a transitoriedade à tua volta, tenhas coragem de reconhecer esta transitoriedade em ti mesma. Tua essência é água, e quando finalmente vivenciares isso, deixarás de sofrer com tua egóica insatisfação..."

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Dos Vagabundos


Sem sombras de dúvida, o mundo ainda é suportável, graças aos vagabundos e graças aos rebeldes, aos nômades e a esses inimigos do trabalho e do pudor que aqui, sob o sol indiscritível do Caribe, fundem-se às ondas do mar e até, às “divindades” desse povo inocente! Sim, devemos a liberdade do mundo a esses homens, porque as ditaduras esmorecem misteriosamente diante deles; porque famílias mais tirânicas são desmascaradas por seus pensamento; porque o Estado não os pode “possuir”, nem como soldados, nem como escravos (o que vem a ser o mesmo) e as religiões não os podem induzir ao delírio messiânico.
Ah, como brota sabedoria dos passos desses vagabundos! Desses eternos viajeiros, que antes de se pensar em dialética, já haviam descoberto o trágico destino da civilização... “Suspeita-se dos ladinos, dos malandros e dos vagabundos, entretanto, não saberíamos imputar-lhes nenhuma das grandes convulsões da história. Não acreditando em nada, não invadem vossos corações nem vossos pensamentos mais íntimos; vos abandonam à vossa frescura, ao vosso desespero e à vossa inutilidade. A humanidade lhes deve os poucos momentos de prosperidade que conheceu e são eles que salvam os povos que fanáticos torturam e que os idealistas arruínam. Sem doutrinas, não possuem mais que caprichos e interesses, vícios comodistas, mil vezes mais suportáveis que o despotismo dos princípios, porque todos os males da vida vêm de uma ‘concepção da vida’. Um homem político verdadeiro, deveria aprofundar-se nos sofismas antigod, tomar lições de canto, e de corrupçãp...”

Cioran

Trechinho da entrevista que o doidão do Chris Simunek fez com a lenda do reggae Bunny Wailer...direto da jamaica...

- Temos ouvido falar muito de Nyabinghi – eu disse. - Mas ninguém nos diz exatamente o que é...
- O Nyabinghi é a ordem – ele respondeu. – O trumpete soa de Nyabinghi, porque Nyabinghi é o primeiro. Então, o reggae vem de Nyabinghi e une as nações. É o que fez o reggae e vai sempre ser o reggae, vem pra todas as nações. Une todo o mundo e, embora a mensagem seja dura, não machuca.
Bunny sorriu. Era obvio que, para ele, a explicação era suficiente. Eu decidi mudar de assunto pra maconha de novo.
- Por qure você acha que as pessoas têm medo de legalizar a maconha?
- São as razões – ele respondeu. – Veja você, a maior parte das coisas tem que ter razões. Eles não tinham razão em primeiro lugar para castigar as pessoas por isso, então fica difícil encontrar uma razão pra legalizar. Bill Clinton diz que não tragou, mas quem estava lá pra dizer que não? Eu acho que esses líderes passam tempo demais sentados no escritório. Eles não vão pro meio do povo comer da mesma panela, fumar do mesmo cachimbo, sentar na esquina, conversar, pensar, dormir. Você pode dormir em cima de um banco e, quando acordar, as pessoas ainda estarão lá. Eles precisam disso. Eles têm medo das mesmas pessoas que o puseram lá. Humpty Dumpty sentado no muro. Virou um ovo, ficou fora tempo demais, he he he. Por que o presidente não pode andar no meio dos americanos, se a América é abençoada por Deus? Ele precisa dum baseado, dum cálice. Esses caras se preocupam demais, se preocupam mais do que rezam, tem alguma coisa errada. Você precisa ter cuidado com o monstro que suga a alma do homem, que se alimenta da alma da inocência e diz que tem o poder. Se você tem um nenezinho, não pode se alimentar dos seus braços, das suas pernas ou do que quer que seja, antes que ele consiga se sustentar nos próprios pés... Você só pode receber força duma criança se lhe der força, pra que ela fique forte e te defenda usando a força que você lhe deu. Mas se você pensa que vai se alimentar da sua fraqueza, é melhor rezar pra que ela nunca fique forte.
Mais alguns manos chegaram, e Bunny entrou na casa e reapareceu na varanda com um saco de supermercado cheio de erva. Pegou cinco camarões diferentes e deu pra nós examinarmos.
- Você cultivou isso? – perguntei, trazendo um dos camarões até o nariz pra examinar melhor.
- Quem cultivou foi o sol, o vento e a terra – ele sorriu.
Seu produto tinha cheiro almiscado, de hortelã, característico das mais finas espécies da jamaica. Eu conclui que, se algum dia ele perdesse o trampo de patriarca do reggae, podia continuar a viver decentemente como plantador de maconha.

Retirado do livro Paraíso da Fumaça - Viagens de um jornalista da High Times. ed. Conrad

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

dia dos pais


- Cuidado, você deve imaginar o que fazem com monstros por aqui...
- Eu não sou um monstro!
- Eu sei, isso é o que os monstros sempre dizem.

Eu nunca confiei em meu pai... não que ele já tenha me dado motivos para isso, muito pelo contrario... talvez tenha sido os comentários maldosos da minha mãe... quando era bem pequeno lembro de alguém bem maior que eu dizendo que meu pai tinha cara de bandito...talvez mais de uma, ou mais de duas vezes... e hoje eu me pergunto o que significa ter cara de bandito?... e hoje eu sei que o fato de não confiar em meu pai, foi só um preconceito que eu aprendi nem sei de quem... a verdade é que ele nunca foi perfeito, assim como todo mundo, mas diferente da maioria ele não os escondia, era algo que fazia parte dele, fazia parte de sua identidade, ele tinha orgulho, pois era isso que definia sua humanidade... queria ter confiado e acreditado mais no meu pai... ele fazia de tudo, e eu duvidava até o último momento... nunca me deixou na mão, as poucas vazes que ele vacilou, como qualquer um é passível de erros, eu o culpei e fiz questão de deixar claro seus erros... mas é preciso crescer e amadurecer para entender algumas coisas... é preciso desaprender e aprender tudo de novo... sem dúvida meu pai não foi um pai comum e tradicional... com certeza ele era uma alma rebelde e nunca se adaptou ao sistema... talvez ele não tenha cumprido o papel de pai da forma que a maioria esperava dele... mas eu queria ter confiado mais nele, teria sido uma pessoa menos tensa... teria sido capaz de entender melhor o caos que é o mundo em que vivemos, que não temos controle de tudo... e que o que define um homem não é sua aparência, nem sua conta bancária... que atitudes valem mais do que palavras... a verdadeira coragem por trás do ato de oferecer a outra face... amar é perdoar... nosso pensamento é uma arma poderosa... e que como humanos devemos esperar (ter esperança), e trabalhar por um mundo melhor... essas coisas meu pai me ensinou, sem palavras... ironicamente ele nunca mentiu pra mim...


sábado, 9 de agosto de 2008

A última casa de ópio


Não vou compor aqui uma rapsódia ao ópio. Mas direi o seguinte: é a droga perfeita. Não existe nada parecido. Nesta era de empurroterapia farmacêutica, ele proporciona tudo o que drogas como o Prozac prometem. Esqueça a fixação medieval pela serotonina, as atrocidades de Freud, os “distúrbios” iatrogenicos que compõem a Malleus Maleficarum com o qual os analistas e psicofarmacêuticos de hoje em dia iludem seus alvos vulneráveis. Todos os comprimidos e toda prostituição da psicoterapia do mundo não são nada comparados com as ancestrais palavras coptas do Evangelho de Tomé: “Se trazes à tona o que está dentro de ti, o que trazes à tona te salva. Se não trazes à tona o que está dentro de ti, o que não trazes à tona te destrói". É simples e indecifrável assim. Esqueça a interação dele com a serotonina. O que vale é a interação dele com a sabedoria do Evangelho de Tomé. Seus vapores pertencem ao que você tem dentro.
Acredito que é por isso que este, o mais delicadamente delicioso dos tóxicos, a menos entorpecente das drogas – menos até que a maconha – seja, apesar disso, tão viciante. Como o sabor do paraíso poderia não o ser? Sim, claro, seria bem melhor sentir esse sabor por meio do entendimento e da vida. Mas, por mais terrível que seja a dependência terminal de ópio, não é mais terrível do queoutras dependências mais familiares e aceitáveis. Viciados em ópio podem viver bem até a velhice; e ser dependente do paraíso, por mais artificial que seja, pode ser considerado mais ignóbil do que ser dependente da televisão, do cinema, ou das outras artificialidades rasteiras de um mundo tão vazio a ponto de ter consciência e entendimento da pseudociência da serotonina, mas não da sabedoria de Tomé? Um mundo tão vazio a ponto de se enamorar pelo falso conhecimento do suco de uva azedo, mas não pelo verdadeiro conhecimento de algo como ópio, para não falar da vida em si?
Mas chega dessa profundidade. O trabalho que sua elucidação envolve é grande demais. Você quer iluminação? Vá atrás dela você mesmo. De qualquer forma, como eu disse – ou foi um daqueles outros caras? – o paraíso não tem palavras.
Nick Toshes em seu A Última Casa de Ópio.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

girassol


Um Girassol da Cor de Seu Cabelo
Composição: Lô Borges e Márcio Borges

Vento solar e estrelas do mar
A terra azul da cor de seu vestido
Vento solar e estrelas do mar
Você ainda quer morar comigo?

Se eu cantar, não chore não
É só poesia
Eu só preciso ter você
Por mais um dia
Ainda gosto de dançar
Bom dia
Como vai você?

Sol, girassol, verde, vento solar
Você ainda quer dançar comigo?
Vento solar e estrelas do mar
Um girassol da cor de seu cabelo

Se eu morrer não chore não
É só a lua
É meu vestido cor de maravilha nua
Ainda moro nesta mesma rua
Como vai você?
Você vem?
Ou será que é tarde demais?

A terra azul da cor de seu vestido
Um girassol da cor de seu cabelo

Se eu morrer não chore não
É só a lua
É seu vestido cor de maravilha nua
Ainda moro nesta mesma rua
Como vai você?
Você vem?
Ou será que é tarde demais?

O meu pensamento tem a cor do meu vestido.
Como o girassol que tem a cor do seu cabelo.
O meu pensamento tem a cor do meu vestido.
Qual o girassol que tem a cor do seu cabelo?

O meu pensamento tem a cor de seu vestido
Ou um girassol que tem a cor de seu cabelo

David Linch in Brazil

Acordei hoje, há poucos dias do meu único aniversário do ano, e tive uma noticia desagradabilissima... fiquei sabendo que o Sr. David Linch, que está no Braxil promovendo seu livro "Em Águas Profundas: Criatividade e Meditação", não virá mais à brasólia... Fiquei triste demais porque criei muita expectativa com o boato de que ele viria praqui... boato história caô...
Além disso uma jornalistinha do Correio Braziliense escreveu uma matéria desaforada descendo a lenha no livro, disse que ele falava o óbvio... que tudo não passava de uma alto ajuda vagabunda e fajuta... chamou a obra de David Linch de superficial em vários momentos da matéria... não li o livro, não posso argumentar... mas superficial é algo que o Sr. Linch nunca foi e acho difícil que isso seja verdade... talvez a jornalistinha não tenha compreendido o objetivo do livro, que mesmo não tendo lido, sei que a proposta seja um mudança de consciência universal... a transformação do mundo e evolução da raça humana... isso não parece superficial... e para se comunicar com um mundo de superficialidades talvez seje necessário falar o óbvio... algo simples mas que nitidamente foi esquecido e ignorado... em determinado momento ela rumina que David parece explicar que pure de batata é feito de batata, e eu simplesmente não me espanto com isso pois o homem se vê em uma realidade tão fragmentada, vivendo uma existencia esquizofrenica... a separação da alma, do corpo e da mente... é tão claro para alguns...
Dia 5 de agosto de 2008 o Sr. Linch promoverá uma meditação das 15:30 às 17:30... por favor amigos... vamos lá... estamos juntos... nesse dia nesse horário eu estarei meditando com o Sr. David Linch...