terça-feira, 5 de maio de 2009

tell lie vision


um trecho de uma entrevista do Sr. Alan Moore, onde ele fala sobre a tv... eu já disse que ele é como um pai pra mim...?

(...) a maioria da programação eu não assisto mesmo. Acho que a televisão é do mal, é um expediente de Satã (risos). Acho que é algo como 10.000 anos de tempo humano perdido toda noite para a televisão. Só uma pessoa: 10.000 anos. Você poderia ter construido uma civilização nesse tempo. Mas não, estavamos assistindo Coronation Street (novela inglesa que já dura mais de 40 anos!). E ela entra nas cabeças de todo mundo; os modos de ver, a política da gente. Não conseguimos eleger mais ninguém a não ser que seja telegênicos. Setivessemos um politico brilhante que fosse obeso ou tivesse lábio leporino, não importaria se fosse um politico brilhante e fosse justamente o que o mundo presisava, nós não conseguiríamos elegê-lo. Enquanto se temos uma marionetezinha completamente vazia, escorregadia e artificial como Tony Blair ou Bill Clinton, por eles terem uma certa aparencia, sim, vamos elêge-los toda vez. (...)
Nós temos essa coisa que deveria ser, no máximo, uma forma de entretenimento e, mesmo assim, ela dita a maior parte de nossas vidas. Muitas pessoas não conseguem conceber uma idéia a não ser que a tenham visto na televisão. Eu vi mulheres na televisão que acabaram de ter os filhos mortos num acidente de estrada e a reação da mulher é algo que vi nas novelas. Não porque as atrizes de novela conseguiram captar algo real, é porque as pessoas acreditam nos personagens de novela e nas emoções que representam mais do que acreditam em suas próprias. Talvez ela quisesse apenas chorar ou fazer ruídos incoerentes, mas não, ela começou: "Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Não acredito nisso!" Estamos todos começando a virar personagens de uma novela ruin, e isso é preocupante.
Talvez eu não faça isso, mas no final do ano estou pensando em me livrar da minha TV. Não estou na internet, não tenho e-mail, não tenho carro, não tenho celular. Acho que vou virar Amish: nenhuma tecnologia depois do cavalo e da charrete. Vai ser divertido. Eu poderia viver assim.

eu também Alan, eu também...
entrevista dada à revista Kaos, há um bom tempo... em breve disponibilizarei a experiencia transcendental de moore com magia... e alguns cogumelos...