Chegou o carnaval... todo mundo muito doido... mulherada pelada na televisão... todo mundo achando traveco bonito... gente fazendo coisas impensáveis... ano pasado ganhei um dedo no olho espiritual, a validade de um ano venceu, e já tá fedendo... mas é isso aí... tudo de novo e denovo edenovo...
Comecemos nossos trabalhos... e em data tão especial... onde colocamos nossas fantasias, ou finalmente podemos sair de casa sem a mascara que a sociedade nos exige... anjos e demonios convivem em quase perfeita harmonia e agonia nas ruas desse brasilzão... uma poesia e/ou lição do meu camarada Furmiga... já agradeço a colaboração, para abençoar os foliões... apenas a primeira de outras que virão...
RISO
A Comédia é a conquista, sedutora de uma embriaguês
melancólica.
O Riso se dá no que há de novo e verdadeiro: inédito
ainda não dito, até então indizível.
A Graça é a abertura que se dá, arregaça o silêncio
inominado e lhe insere um sopro percissivo, a
transcendência do espírito pelo signo. Bafo intestinal
musicalizado nas cordas vocais (ou gestos rítmicos, não
antes compassados) inspirado e absorvido pelos outros
(ressonância) rumo à decomposição ígnea dos vermes e
vaporizado às aves.
O Sorriso é um re-riso. Diferente da novidade e
originalidade do que faz cócegas no ânus, é, pois, a
complacência do já-rido. Simpatia da dissonância
inevitável, contratempo posto, contraponto possível.
Suspiro relaxado. Inacumulável. desgraça. Retorno-
imagem do aberto, via veiculável. Boca calada, parada
(dentes néon), desenho preparado, aglutinando-se de
alegria para, brevemente, fazer abrir, extravasar
explosivamente um velho maldito. Forma-se o futuro
Riso, compõe-se uma nova vibração. Engraça-se um peido
coletivo, melodia contagiante. Repetida como ventos aos
trovões, o brilho de seus raios domina e subjuga.
Poder simbólico.
Cada piada deve ser contada somente uma única vez.