
A SUBIDA
As escadarias que eu continuo subindo não parecem que vão terminar. Subo. Subo. O Corrimão some, e eu continuo subindo. Somente a escada é imutável, digo, somente ela não muda. A cada degrau, me vejo uma outra pessoa, talvez um reflexo de alguém que assim como eu subiu, e que nunca vou conseguir alcançar pois os tempos são outros, e os olhos que enxergam o caminho a subir também não são os mesmos. Algumas vezes eu passo por lindos vitrais, que apresentam desenhos magníficos, desenhos que contam histórias de povos que não existem mais, histórias de heróis e amores, histórias de seres que talvez já tenham passado por aqui e ido embora há muito tempo, ou talvez sejam apenas representem seres que habitaram a mente de pessoas, que assim como eu, subiram essas escadarias. A verdade é que todas essas ornamentações dos vitrais me interessam muito pouco, pessoalmente eu prefiro até os mais simples, os quais eu sou capaz de ver o céu azul lá do outro lado. O céu... céu inalcansável, e vitrais intransponíveis. Há alguns dias encontrei no fundo do meu bolso umas sementinhas, sementinhas que encontrara há muitos degraus, há tanto tempo que nem me lembro. Umas sementinhas que não conseguia identificar, achei que pudessem ser de uva ou alface (não entendo absolutamente nada de sementes), e resolvi plantar, plantei e esperei, reguei, cuidei, e a árvorezinha começou a crescer, toda a vida que se guardava dentro daquelas sementinhas começou a se apresentar pra mim. E durante todo aquele tempo que eu parei de subir pra cuidar da plantinha, eu criei grandes espectativas para colher seus frutos, e eu fiquei extraordinariamente feliz quando o primeiro frutinho apareceu, e o sergundo e muitos outros se seguiram. Depois de um tempo, identifiquei os frutinhos, como sendo tomatinhos, admito que esperava algo mais saboroso, mas eram só tomates. Enfim, não desanimei, continuei a cuidar com o mesmo afinco, do meu pé de tomates, e agora que sabia que eram tomates, toda noite sonhava com uma deliciosa salada de tomates que eu faria dentro de algumas semanas quando os tomates estivessem grandes e maduros. O fato é que os tomates não cresceram, eram daqueles tomatinhos japoneses miseráveis, que não passavam do tamanho de cerejas, perda de tempo, ilusão, voltei a subir as escadarias...
Esqueci de falar que algumas vezes escuto vozes enquanto prossigo a jornada da subida, são vozes desconexas, que quase nunca querem dizer alguma coisa, o curioso é que primeiro, achei as vozes viessem mais de cima, chamei as vozes que ignoraram-me, de alguma forma soube que as vozes eram de pessoas mortas, pessoas que não eram mais capazes de ouvir, só de falar, falas sem sentido e desconexas, falas que não me diziam nada, mas que de certo modo guiavam a minha subida. A pouco tempo percebi que as vozes vinham de enormes caixas de som que ficavam no teto, e eu me perguntei quem colocou ali essas caixas de som, e conclui que quem tinha colocado as caixas também estava morto a muito tempo, e que as vozes que eram desconexas e sem sentido pra mim talvez já tenha tido algum significado para alguém. De repente ee simplesmente e me perguntei porque eu estava subindo essas escadarias, e não consegui achar uma resposta, e sentei, sentei e pensei, nada me veio a mente, só consegui lembrar de um pé de tomatinhos que eu deixei pra trás há muitos degraus, então decidi descer as escadarias pra fazer uma salada de tomatinhos, tomatinhos lindos que parecem cerejas.
As escadarias que eu continuo subindo não parecem que vão terminar. Subo. Subo. O Corrimão some, e eu continuo subindo. Somente a escada é imutável, digo, somente ela não muda. A cada degrau, me vejo uma outra pessoa, talvez um reflexo de alguém que assim como eu subiu, e que nunca vou conseguir alcançar pois os tempos são outros, e os olhos que enxergam o caminho a subir também não são os mesmos. Algumas vezes eu passo por lindos vitrais, que apresentam desenhos magníficos, desenhos que contam histórias de povos que não existem mais, histórias de heróis e amores, histórias de seres que talvez já tenham passado por aqui e ido embora há muito tempo, ou talvez sejam apenas representem seres que habitaram a mente de pessoas, que assim como eu, subiram essas escadarias. A verdade é que todas essas ornamentações dos vitrais me interessam muito pouco, pessoalmente eu prefiro até os mais simples, os quais eu sou capaz de ver o céu azul lá do outro lado. O céu... céu inalcansável, e vitrais intransponíveis. Há alguns dias encontrei no fundo do meu bolso umas sementinhas, sementinhas que encontrara há muitos degraus, há tanto tempo que nem me lembro. Umas sementinhas que não conseguia identificar, achei que pudessem ser de uva ou alface (não entendo absolutamente nada de sementes), e resolvi plantar, plantei e esperei, reguei, cuidei, e a árvorezinha começou a crescer, toda a vida que se guardava dentro daquelas sementinhas começou a se apresentar pra mim. E durante todo aquele tempo que eu parei de subir pra cuidar da plantinha, eu criei grandes espectativas para colher seus frutos, e eu fiquei extraordinariamente feliz quando o primeiro frutinho apareceu, e o sergundo e muitos outros se seguiram. Depois de um tempo, identifiquei os frutinhos, como sendo tomatinhos, admito que esperava algo mais saboroso, mas eram só tomates. Enfim, não desanimei, continuei a cuidar com o mesmo afinco, do meu pé de tomates, e agora que sabia que eram tomates, toda noite sonhava com uma deliciosa salada de tomates que eu faria dentro de algumas semanas quando os tomates estivessem grandes e maduros. O fato é que os tomates não cresceram, eram daqueles tomatinhos japoneses miseráveis, que não passavam do tamanho de cerejas, perda de tempo, ilusão, voltei a subir as escadarias...
Esqueci de falar que algumas vezes escuto vozes enquanto prossigo a jornada da subida, são vozes desconexas, que quase nunca querem dizer alguma coisa, o curioso é que primeiro, achei as vozes viessem mais de cima, chamei as vozes que ignoraram-me, de alguma forma soube que as vozes eram de pessoas mortas, pessoas que não eram mais capazes de ouvir, só de falar, falas sem sentido e desconexas, falas que não me diziam nada, mas que de certo modo guiavam a minha subida. A pouco tempo percebi que as vozes vinham de enormes caixas de som que ficavam no teto, e eu me perguntei quem colocou ali essas caixas de som, e conclui que quem tinha colocado as caixas também estava morto a muito tempo, e que as vozes que eram desconexas e sem sentido pra mim talvez já tenha tido algum significado para alguém. De repente ee simplesmente e me perguntei porque eu estava subindo essas escadarias, e não consegui achar uma resposta, e sentei, sentei e pensei, nada me veio a mente, só consegui lembrar de um pé de tomatinhos que eu deixei pra trás há muitos degraus, então decidi descer as escadarias pra fazer uma salada de tomatinhos, tomatinhos lindos que parecem cerejas.
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