terça-feira, 1 de julho de 2008

Sonho de Sandra


mais um da série "como era verde meu pé de choise"... uma época em que eu já não me importava em ser compreendido...

Ela está só dormindo. Ela está na cama. Se seus pais levantarem e irem no seu quarto irão vê-la dormindo. A pequena Geovana em seu bercinho ao lado da cama da Sandra dorme tranqüila, pois sabe que a mamãe está bem ali. Já é bem tarde, Sandra dormiu cansada. Quando voltou da faculdade, Geovana ainda estava acesa e queria brincar, dormiu depois de horas e pouco tempo depois Sandra adormeceu também. E lá estava ela na cama, dormindo, de camiseta e calcinha (fazia calor nessa noite).
Todos sabiam que Sandra estava lá, mas ela sonhava, e sonhando ela estava longe, e ninguém nem sonhava onde Sandra poderia estar. Calor. O céu tinha um azul vivo, o sol bem alto e bem forte ofuscava nossos olhos. Estávamos em um vale, algo que Sandra nunca vira de verdade, só em filmes americanos, eles chamam de Canions, sim, nós estávamos em um Cânion, o sol estava forte, ela está sozinha andando no vale, está muito quente, estamos com sede, a boca seca, mas a sensação de liberdade é ótima. Sandra anda durante muito tempo (como pode ser curiosa a percepção do tempo em nossos sonhos), de repente escutamos um barulho, paramos e olhamos para trás, no horizonte uma grande nuvem de poeira vai subindo, e depois de algum tempo Sandra consegue identificar o que era aquilo, um enorme caminhão, um grande caminhão preto se aproximava em alta velocidade, e freia bruscamente parando a poucos metros de Sandra. Muita poeira é levantada e Sandra sente dificuldade em ver quem está dirigindo o caminhão, além da poeira, um vidro fume impede que ela enxergue o condutor... Sandra dá a volta no caminhão e podemos identificar uma carga curiosa, aquele caminhão está transportando vacas, muitas vacas, não pudemos definir o numero exacto, mas são muitas vacas, nos perguntamos de onde vinha esse caminhão, para onde ia, de quem eram essas vacas. Uma certa angústia invade o ser de Sandra e então ela resolva libertar as vaquinhas, ao tentar abrir a porta da caçamba, somos atingidos por um pedaço de carne crua, olhamos pra cima, o sol atrapalha nossa visão, mas alguém lançara em Sandra um pedaço de carne do alto de uma elevação rochosa, tomamos um grande susto, mas tentamos novamente libertar as vaquinhas e novamente um pedaço ainda maior de carne é lançado e quase nos atinge acertando a lateral do caminhão e outro e mais outro. Sandra se protege do lado da roda do caminhão. Mas já podemos perceber que várias pessoas estão jogando pedaços de carne, dezenas de pessoas jogam carne em Sandra. Ela se protege embaixo do caminhão, o sol está mais forte; ela quase não consegue abrir os olhos. Sandra pede socorro, parece estar chovendo generosos pedaços de carne. Sandra se pergunta quem está fazendo isso, quer saber o porquê, já estamos em prantos quando a chuva de carne parece ter passado, saímos devagar debaixo do caminhão, o sol não está mais tão forte, olhamos pra cima e não vemos ninguém, a carne lançada cobria todo o chão até o horizonte. Era muita carne. Sandra está se perguntando o que fora aquilo e antes de conseguir juntar todos os fatos e concluir que não entendera absolutamente nada, escutamos o choro de Geovana, e é momento de voltar pra cana. Madrugada. Calor. Geovana também está com calor. Sandra se lembra do seu sonho, balança a cabeça como que deixando essa lembrança pra trás, olha o relógio e são quase seis, sabe que não vai dormir mais. Agora só vou encontrar com Sandra amanhã, quando ela sonhar de novo. Adoro os sonhos de Sandra.

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