sexta-feira, 18 de julho de 2008

adeus

Ele estava tomando uma cerveja... seria a única cerveja daquela noite... ele não devia estar ali, e não devia beber mais de uma latinha de cerveja... mas ele estava ali, uma pessoa querida estava morrendo no hospital e ele só conseguia sentir um vazio... quando pensava no assunto tinha vontade de chorar... a angústia pressionava seu peito, o ar desaparecia e respiração ficava ofegante e seus olhos se enchiam de água... então ela apareceu, e disse coisas que pareciam não fazer muito sentido... ela disse que as coisas não precisam ter começo, meio e fim... ela disse que a maioria das coisas não seguem esse padrão... ??? ... ela disse que não era preciso dizer coisas novas... a novidade, apesar de sedutora, nem sempre é boa... o bom sempre é novo... sua cabeça estava em outro lugar e ele não sabia quem era aquela pessoa e nem o que ela queria com ele... o fato foi que ficou calado, apático, triste... ela disse que um dia aquilo já fez sentido, que aquilo fazia todo o sentido agora e que ainda ia fazer muito sentido... ela se foi... ele não terminou de tomar a cerveja... voltou pro hospital, e ficou pensando na fragilidade da vida humana e nas palavras que não foram ditas e que, agora, não importam mais...

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