Não se enganem, eu estou tão perdido quanto vcs...
Não se iludam, vcs estão tão perdidos quanto eu...
Meritissimo, não estou aqui para justificar o injustificável... Não é possivel reparar o irreparável... A mais bela flor do nosso jardim deixou de existir para sempre, a flor mais pura e alva... ela foi espancada e violentada, e depois arrancada da existência... nunca mais veremos sua pureza e sua brancura... mas estou aqui, Meritissimo para esclarecer o que ainda pode ser esclarecido, algo que a imprensa já parece ter deixado claro, mas estamos caindo em um perigoso equivoco, um equívoco que bestializa outro ser... que tende a exigir a execução sumária, equívoco que é falho, falho por não fazer justiça, mas por representar uma vingança, que tende a limpar uma mácula que não pode ser reparada... A vingança pode ser tentadora, mas antes disso é preciso se colocar no lugar da acusada, que é apresentada como uma funcionária que era tratada como "parente", mas fiquem à vontade para me responder os hipócritas... que parente vive num quartinho nos fundos, que parente acorda antes dos demais para trabalhar e só pode parar quando tudo estiver em ordem seja qual for a necessidade da "família"... aquela flor mais bela representava tudo que ela não podia ser... a acusada era preta, gorda, semianalfabeta... a forma que seu namorado olhava para aquela flor... ele nunca olharia para ela daquela forma... Adriana dos Santos não pertencia àquele lugar... uma mulher que se deixou levar pelo homem que acreditava amar... era humilhada por ser pobre, por ser preta... mãe solteira de uma criança que tende a seguir os caminhos da mãe em um sistema que impossibilita tal socialização sem que exista algum comprometimento severo na personalidade do individuo... Meritissimo se essa pessoa que não tinha nenhum rumo da vida que simplesmente não foi treinada para viver em uma sociedade excludente... isso de forma alguma justifica seus atos mas talvez faça-se compreender que a pena máxima não passe de vingança... e isso costuma trazer consequências... e não é para isso que estamos aqui, ou é?
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