domingo, 22 de março de 2009

super, grant...


Grant Morrinson, sobre seu Superman All Star...

"Nós desconstruímos nossos ícones. Sabemos que políticos são mentirosos filhos da puta, que astros da TV são viciados em cocaína, que os atores bonitos são malucos travecos e que as lindas supermodelos são bulímicas, neuróticas e caóticas. Sabemos que nossos comediantes prediletos vão virar alcoólatras pervertidos ou deprimidos suicidas. Nossos reality shows colocaram um espelho escaldante diante das nossas caras de babuíno e das nossas obsessões óbvias e ridículas pela sujeira mais baixa e a fofoca mais inútil.

Sabemos que acabamos com a atmosfera e matamos os doces ursos polares e nem temos mais energia para sentir culpa. Deixa os pedófilos levarem as crianças. Não há mais a quem recorrer ou culpar, fora, paradoxalmente, aqueles caras levemente medievais que começaram a revolução industrial. No que resta acreditar? O único homem de verdadeira moral, de verdadeiro coração que nos resta é um personagem fictício dos quadrinhos! Os únicos modelos seculares a serem seguidos em uma cultura progressista, responsável, racional-científica e iluminada são... Kal-El, de Krypton, mais conhecido como Superman, e seus descendentes multicoloridos.

Nosso objetivo era colocar Superman e seu elenco no coração de fábulas sci-fi que qualquer pessoa, de qualquer idade, poderia ler e entender, embora cada um fosse entender as histórias de um jeito. Se você acaba de perder seu pai, talvez você leia o que Clark Kent diz no funeral do pai dele e sinta um pouco de comunhão humana. Se você quer sentir como é ser adolescente, veja o fantástico desenho de Frank Quitely do jovem Superman na lua, com seu fiel supercão Krypto ao lado. Superman é nós mesmos, nos nossos sonhos. Ele vive nossas vidas, mas de forma épica. Essa foi nossa abordagem."

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